O que procura menina?

sábado, 7 de fevereiro de 2015

Debaixo dos caracóis



Difícil de acreditar essa aí ao lado sou eu, não é?
Desde muito pequena, nunca aceitei o fato do meu cabelo ser enrolado, crespo. Meu sonho era ter um cabelo liso japonesa e só fiquei satisfeita depois que comecei a fazer alisamento. Quando eu tinha 13 anos de idade, minha madrinha passa henê no meu cabelo, para quem não sabe, é aquele produto que vem num sacolé, tem cheiro muito forte e é bem pretinho. Foi o primeiro alisamento ao qual me submeti. O meu cabelo não ficava totalmente liso com ele, na realidade ficava duro e esticado, o que pra mim já estava bom. 


Um pouco mais tarde, já por volta dos 15 anos, fui apresentada à chapinha e ao secador, companheiros magníficos. Levou um tempo conseguir fazer escova e chapinha no meu próprio cabelo, no inicio parecia uma vassoura caipira mas, com o tempo eu peguei o jeito. E assim foi, até que minha mãe autorizou eu usar química mais pesada no meu cabelo, progressiva. AMEI! Era incrível como pegava bem a química e parecia natural, não ficava aquela coisa "espigada". Durante sete anos utilizei alisamento dos mais diversos nomes: selagem, progressiva, escova de chocolate, escova de orquídea, definitiva, etc. Vários nomes e um elemento em comum: formol. Não adianta, ilusão essa de que na composição não tem formol, pelo menos no meu caso.

No inicio de 2014, mais precisamente em fevereiro, resolvi mudar radicalmente e abandonar de vez tudo o que me aprisionava: alisamento, a escova, a chapinha. Logo, os dias de chuva e sereno não me reprimiam mais. Esse processe de libertação não foi fácil, depois do corte radical que fiz para eliminar boa parte da química, passei três noites em claro assistindo vídeos e buscando em sites e blogs dicas sobre como cuidar do cabelo afro. Fiquei louca. Como podem ver na foto, ainda estava tímida quanto a minha identidade e utilizava a chapinha para finalizar o cabelo nas pontas e principalmente na franja.

O que eu não imaginava é que a minha verdadeira identidade me abriria portas. Foi ao aceitar meus cachos, minhas origens e me libertar que algumas oportunidades surgiram, como por exemplo, o convite para participar da campanha publicitária da faculdade em que estudo que incluía fotos e vídeo. Meu cabelo ainda está estampado em alguns lugares e a partir desse trabalho pude realizar outros e tive mais visibilidade. Compartilharei com vocês nesse blog todo meu dilema com meu cabelo, e digo dilema porque cabelo é cuidado e, no meu caso, cuido muito. Sou 100% black.




Campanha Publicitária - Centro Universitário de Votuporanga/2014


















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